MATÉRIA PUBLICADA EM 18/10/2012 | A10 BELÉM | DIÁRIO DO PARÁ
TEXTO: GERLLANY AMORIM
O paraense ainda é o consumidor que paga pela alimentação básica que está entre as mais caras do país. Mês passado ela custou R$ 262,40 no bolso e comprometeu cerca de 46% do atual salário mínimo do trabalhador. Dentre os destaques na alta, está a farinha de mandioca, ingrediente quase que indispensável na mesa dos paraenses, com alta de quase 3,00%. De acordo com balanço divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE/PA chega a quase 15% a inflação calculada entre os meses de janeiro e setembro de 2012 para a alta no preço da farinha de mandioca comercializada na grande Belém. Isso significa que nos últimos 12 meses, o preço do quilo da farinha teve alta bem superior à inflação. O Dieese aponta ainda, que o reajuste em 18 anos de plano real no preço da farinha no Pará de mais de 700%. O Balanço feito pelo Dieese sobre a trajetória de preços dos alimentos básicos, mostra que a Farinha de Mandioca - excetuando o Açaí - foi o item da Cesta Básica recordista de aumentos no período. Segundo o órgão, de Julho de 1994 a Setembro de 2012, o quilo da Farinha de Mandioca comercializada em Feiras e Supermercados da Grande Belém teve um reajuste acumulado de 714,63%.
O impacto no bolso do consumidor é visível em comparação aos preços constatados nos últimos 12 meses. Em setembro do ano passado, o consumidor pagava em média R$ 2,83 no quilo da farinha, que fechou o ano custando em média R$ 2,92. Já no primeiro mês de 2012 já o preço já estava em R$ 2,96, subindo gradativamente nos meses subseqüentes. No mês de setembro deste ano, um novo aumento deixou o quilo da farinha no preço em média de R$ 3,34. Com isso, segundo o DIEESE/PA, nos primeiros nove meses de 2012, a alta acumulada no preço do quilo da Farinha de Mandioca comercializada na Grande Belém é de 14,38%. A inflação calculada para o mesmo período não ultrapassa 4,20% e nos últimos 12 meses, a alta no preço da farinha chega a 18,02% e a inflação projetada para o mesmo período gira em torno de 5,50%. A Inflação calculada para o mesmo período (INPC/IBGE) está estimada em torno de 323,00 %. É bom lembrar que o INPC é o índice tomado como parâmetro para reajustes de salários.
O mantimento básico da mesa dos paraenses foi o produto que subiu bem mais que a média de toda a cesta básica no mesmo período e bem acima da inflação também do mesmo período, mesmo sendo o Estado que é o maior produtor de mandioca do país. O valor da cesta básica no mesmo período teve reajuste acumulado de cerca de 317% no Real, já a Farinha de Mandioca subiu no mesmo quase 714,63 % e a inflação em torno de 323,00%. O que significa que este crescimento como produtor recorde na produção infelizmente não tem se refletido em preços mais baixos da Farinha de Mandioca para o consumidor paraense.
A maior quantidade da Farinha de Mandioca consumida na Grande Belém vem de municípios próximos de Belém, como Castanhal Capanema e Bonito, entretanto, mais da metade da produção é artesanal. Este fato, aliado a produção e ao escoamento da mesma do produtor ao consumidor, faz com que o consumidor paraense continue a ser penalizado por reajustes absurdos no preço do produto. Segundo o Dieese, a exemplo de outros produtos básicos da nossa mesa a tendência para este mês ainda é de alta no preço da Farinha. As novas pesquisas já realizadas pelo órgão, comprovam esta situação. Em vários Supermercados o quilo da farinha já esta superior a R$ 5,00.